Palavras à deriva no meu quarto!
Este foi encontrado no meio dos muitos papeis onde guardo os meus desenhos e desvaneios.
Não sei se fui eu que o escrevi, não sei de onde o tirei .
O amor antigo vive de si mesmo,
Não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
Mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
Feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
E por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
Aquilo que foi grande e deslumbrante,
O antigo amor, porém, nunca fenece
E a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
E resplandece no seu canto obscuro,
Tanto mais velho quanto mais amor.
Foste o beijo melhor da minha vida,
Ou talvez o pior...Glória e tormento,
Contigo à luz subi do firmamento,
Contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento
E do teu gosto amargo me alimento,
E rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
Batismo e extrema-unção, naquele instante
Por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,
Beijo divino! e anseio, delirante,
Na perpétua saudade de um minuto...
Ppalma
Não sei se fui eu que o escrevi, não sei de onde o tirei .
O amor antigo vive de si mesmo,
Não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
Mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
Feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
E por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
Aquilo que foi grande e deslumbrante,
O antigo amor, porém, nunca fenece
E a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
E resplandece no seu canto obscuro,
Tanto mais velho quanto mais amor.
Foste o beijo melhor da minha vida,
Ou talvez o pior...Glória e tormento,
Contigo à luz subi do firmamento,
Contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento
E do teu gosto amargo me alimento,
E rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
Batismo e extrema-unção, naquele instante
Por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,
Beijo divino! e anseio, delirante,
Na perpétua saudade de um minuto...
Ppalma
2 Comments:
Pá não sou grande fã de poemas ...
Não sei se infelizmente ou felizmente, simplesmente não consigo gostar de escrever e ler, com regras de métrica e de rima ... um discurso livre é bem melhor, independetemente do tema ... já fui criticado por isso, acusando-me de falta de sensibelidade e intelectuo ... também em parte por dizer que ler Fernando Pessoa(uma merda) era mais uma vaidade da pessoa do que propriamente um gosto ... o tema é giro ... mas poemas não é bem o meu estilo ... é como no hip-hop, só gosto de uma rima ou outra
Tens razão no que dizes!
Supostamente a arte deveria ser livre e não composta com métricas e letras pré estabelecidas!
MAs às vezes rimar é bom para puxar mos pla cabeça e explorar-mos o nosso vocabolario!
MAs ya escrever com as palavras à solta é melhor ..
Dou te razão!
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